quinta-feira, 29 de novembro de 2012

O último brilho da lua

Foi anunciado o último luar
E astrônomos deram a explicação
Magnetismo, explosão solar
Algo sobre o ar e a radiação

Ninguém na Terra pode acreditar
Poetas ficaram sem consolação
Copiosamente passou a chorar
Todo aquele que sentia paixão

A noite, aconteceu algo mágico
Bilhões de olhos prestando atenção
No céu, mas não brilhou nem uma estrela

Seria poético, não fosse trágico
Todos a almejando, chamando em vão
Só porque não poderiam mais tê-la

v.: 0.2

v.: 0.1
13 Todos a almejando de coração
- Faço, mas não sou fã de pleonasmo :(

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Saudade na caixa

Ela não aceitou só a amizade
Com tanto em comum, seria perfeito
Era tanto amor, tanta afinidade
Quis conversar, convencer de algum jeito

Se encontraram na praça da cidade
Ele apoiava contra o próprio peito
Uma caixa que guardava a saudade
E que explicava qual era o defeito

Tirou de dentro da caixa um retrato
E ela emudeceu de imediato
Ao ver cartas, bilhetes e um anel

Ele, então, contou sobre o seu passado:
Esse é o defeito que eu havia falado
Meu coração foi morar lá no céu

v.: 0.1


Opened up his little heart
Unlocked the lock that kept it dark
And read a written warning
Saying "I'm still mourning
Over ghosts that broke my heart before I met you"

[Laura Marling - Ghosts]

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Em silêncio e escondido

Te amo assim, em silêncio, escondido
Até queria ser mais barulhento
Encher o peito e declarar ao vento
Esse meu sentimento comedido

Mas o mantenho secreto e encolhido
Qualquer liberdade já é alimento
Se me descuido, se não fico atento
Ele te encontra e me deixa perdido

Mas este encontro nós já vimos antes
Dos meus olhos - vivos e apaixonados
Com os teus olhos - sempre tão distantes

Eu sei, eu não sou mais que um conhecido
E nunca seremos dois namorados
Por isso eu te amo assim, escondido

v.: 0.1

domingo, 18 de novembro de 2012

Parado no ponto

Ele estava, como sempre, atrasado
Ia apressado em direção ao ponto
Mas por ser um tanto desajeitado
Trombou numa moça e sentiu-se um tonto

Ela riu do seu jeito atrapalhado
E assim se gostaram de bate-pronto
No ônibus, sentaram lado a lado
Tudo surpreendente, como em um conto

Mas logo chegou a sua parada
E no meio do tchau meio apressado
Nem o telefone ele anotou

Desde então acorda de madrugada
E bem cedo está no ponto, parado
Porém nunca mais ele a encontrou

v.: 0.1
Mundo Pittônico das Ideias